sábado, 15 de janeiro de 2011

Retomada

Por tudo o que me faltou dizer. E eu não disse.






A peneira anda furada demais pra esse sol de meio dia, fica nítido o tempo transformando a vida, pintando as paredes em tons de azul, desenhando corações de balão. Cada coisa em seu lugar e um relógio tiquetaqueante sempre pronto pra me sacudir logo cedo.
Será que essas pessoas por aqui pensam no milagre do cotidiano? Eu penso sempre e muito, penso nessas vidas que se cruzam e em todo o acaso. Parte por devoção, parte por necessidade.

segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

No que eu posso acreditar

Tudo que eu tive foi efêmero:
A tevê, o rádio, os ídolos
Perdi o pé de amora pro excesso de chuva
O sapato preferido o cachorro comeu
O cachorro, o tempo levou
Perdi meu tempo também, passou
Pintei paredes de casas que não foram minhas
Bati tantas portas, meu Deus, tantas!
Andei por cidades que não lembro
Fiz amigos que não lembro
Lembro só das faixas da estrada
Ida e vinda
Lembro o que eu deixei pelo caminho
Já me perdi no caminho por vezes também
Vi homens tomando o poder
Homens perdendo mulheres
Perdendo a cabeça
Pensei ter visto coisa demais já
Pensei que nunca mais te veria


E se a composição do efêmero é a matéria "sonho", não entendo o que você faz na minha vida, já que não vai embora e nem se realiza.

domingo, 9 de janeiro de 2011

Te voy a llevar

Experimentei a gratificante sensação de chorar sem dor pela primeira vez. De desamor todo mundo chora um dia, mas chorar de amor é novo pra mim.