domingo, 10 de abril de 2011

Meu Norte




Só pra que fique claro, tem estrada pela frente e eu preciso seguir. Vou conhecer essas pessoas e todos esses lugares que o futuro reservou pra mim, é bem provável que eu vá pra longe, que mude de ideais e de planos, que chore de saudade e de medo, mas que isso me traga calma e auto-conhecimento também. Vou andar por aí, estampar na pele outras paixões, bagunçar meu cabelo e substituir aos poucos as cores das minhas roupas, vou experimentar outros sons e me sentir descobrindo a América de novo.

No meu passeio pela vida será bem natural que alguém me convide pra ficar, que eu fique, que construa uma casa branquinha de janela azul, dessas com varanda pra chamar as crianças pra jantar. Dessas casas que moram só dentro da gente, que podem ser qualquer prédio alto com monitoramento 24 horas. Pode ser também que a gente se engane e se perca, que custe a retomar o caminho da estrada desconhecida, repleta de lugares novos, pessoas novas e choro e riso. Mas isso também acontece, também é natural, mas a gente volta pro caminho.

É importante pra mim que isso tudo seja dito, pra que a gente possa tomar o rumo que quiser. Tem um ponto alto dessa jornada onde fica ancorado um barco pequeno e furado, não importa o rumo que eu tome, lá é o meu Norte. Quando estiver pronto, é só entrar no barco e eu voltarei de onde estiver pra remar contigo, pra nadar junto quando afundar. Nada em mim seria mais cônscio e mais devoto que isso, essa segurança de fazer tudo errado de coração aberto.