segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

No que eu posso acreditar

Tudo que eu tive foi efêmero:
A tevê, o rádio, os ídolos
Perdi o pé de amora pro excesso de chuva
O sapato preferido o cachorro comeu
O cachorro, o tempo levou
Perdi meu tempo também, passou
Pintei paredes de casas que não foram minhas
Bati tantas portas, meu Deus, tantas!
Andei por cidades que não lembro
Fiz amigos que não lembro
Lembro só das faixas da estrada
Ida e vinda
Lembro o que eu deixei pelo caminho
Já me perdi no caminho por vezes também
Vi homens tomando o poder
Homens perdendo mulheres
Perdendo a cabeça
Pensei ter visto coisa demais já
Pensei que nunca mais te veria


E se a composição do efêmero é a matéria "sonho", não entendo o que você faz na minha vida, já que não vai embora e nem se realiza.

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