Entre um carro e outro que passavam sem dar trégua a voz dele dava voltas no quarteirão, inundando minha cabeça de pensamentos soltos e vagos, procurava entender as palavras por trás das palavras dele e não encontrava o que pousasse em colo, nem as mãos nas mão. Era um centímetro, era um segundo e era nada com xícaras já vazias. E era o filme e o artigo do jornal, de repente era eu em pauta; era um "eu" que nunca existiu. Penso que definitivamente ele me procura onde eu não estou.
Não sei se Deus compartilhou comigo a tristeza, mas um dia tão lindo quanto hoje se fez chover, me dando a sensação de ser a fonte desse lamento, a cidade toda parecia sentir doer o descaso agudo dele. Ou era só cansaço. Ou era só chuva. Talvez também fosse só ele nele e eu já sem mim. Não sei.
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