terça-feira, 10 de agosto de 2010

Pois é, pra quê?

E cada aparição sua, instalava de pronto o caos por todo o meu corpo, enquanto acalantava minha alma. Enquanto roubava meu coração.







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Quem é esse rapaz de vida quadrada?
Será que ele samba quadrado também?
Será?
Pra quem ele arruma a casa tão cedo?
Pra quem ele escolhe o tapete e o sofá?
Será que ele dorme pensando em alguém?
Será?
Por que ele insiste no quadro de horários?
Por que faz cardápios balanceados?
Será que ele pensa que é velho?
Será?
Que humor ele tem quando acorda?
Que cheiro ele tem no pescoço?
Será que ele se perde na rua?
Será?
Como é quando está em família?
Quando abre a janela do quarto?
Será que ele esquece de trancar a porta?
- Alarmou o carro, rapaz?
Será?
Que gosto conserva as palavras na boca?
Quando é que ele fala mal de alguém?
Será que ele reza? Que sonha?
Será?
Quando vai se cansar dos papéis na parede?
Pra quem ele conta mentiras?
Será que ele sai sem o guarda-chuva?
Será?
Pra quem ele é ou não é?
Quando é que ele sente medo?
Será que ele marca seu tempo?
Será?
Por que ele anda apressado?
Por que ele canta sozinho?
Será que ele sabe os segredos de alguém?
Será?
Pra quem ele chora as pitangas?
Com quem ele corta um dobrado?
Será que ele acha pecado saber do amor sem ninguém?
Será?
Por que não me pede colo?
Por que não me cega e me beija?
Será que um dia desses a gente se ajeita?
Será?
Não sei.

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