quinta-feira, 16 de setembro de 2010

Amores Gris

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Vez outra outra a saudade aparece, me esgota e se renova nessa busca impossível das coisas que não voltam mais, e que repetimos contínua e erroneamente alimentando tantas outras saudades a não serem jamais saciadas.




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Tinta que seca e sai da pele
Será que você é feito dessa tinta?
Nenhum respingo em mim lembrava o teu cinza
Cinza do céu de São Paulo, de roupa desbotada
Aquele cinza comum de quem não sofre mais
Será que você é feito dessa tinta?
Já ria da calma do vermelho e do amarelo
Das mãos, pernas e pés coloridos
Sem esforço, a água apagou todas as cores
Será que você é feito dessa tinta?
Tua cor ficou estampada nas fotos em preto e branco
Foi te procurando que me achei na sua rede
Vendo todas as variações de cinza que você deixou em mim
Será que você é feito dessa tinta?
Eu que saía louca espalhando meu arco-íris
Acendendo o sol pra te dourar a pele
Pareço não ter deixado nada das minhas cores
Será que eu sou feita dessa tinta?
Tinta que seca e sai da pele

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